Alimentos fermentados são bons para você? Veja o que diz a ciência

Os alimentos fermentados, que têm sido uma pedra angular em várias culturas durante séculos, estão a experimentar um ressurgimento da popularidade devido aos seus benefícios para a saúde e sabores únicos. A antiga prática de preservação, que inclui alimentos como iogurte, chucrute e kombuchá, envolve o processo de fermentação. Microrganismos como leveduras e bactérias convertem compostos orgânicos, como açúcares e amido, em álcool ou ácidos.

Muitos apregoam os efeitos positivos destes alimentos, tais como a melhoria da saúde intestinal e o fortalecimento do sistema imunitário, mas há também um crescente corpo de investigação que indica potenciais efeitos secundários, especialmente para aqueles com certas condições de saúde.

O artigo pretende aprofundar as descobertas mais recentes, oferecendo uma visão equilibrada tanto dos benefícios para a saúde como dos riscos potenciais associados ao consumo de alimentos fermentados.

Estudos científicos sobre alimentos fermentados

Alimentos fermentados (imagem via Unsplash/Budi Puspa)
Alimentos fermentados (imagem via Unsplash/Budi Puspa)

1. Impacto na saúde intestinal

Estudo: “Alimentos fermentados, o intestino e a saúde mental: uma visão geral mecanicista com implicações para a depressão e a ansiedade”(2020, Neurociência Nutricional)

Metodologia: Este estudo revisou pesquisas existentes sobre alimentos fermentados e seu impacto na saúde intestinal, concentrando-se particularmente em como eles podem influenciar condições de saúde mental, como depressão e ansiedade.

Constatações: Descobriu-se que esses alimentos, ricos em probióticos, podem alterar positivamente o microbioma intestinal, levando potencialmente a melhores resultados de saúde mental. O estudo destacou o eixo intestino-cérebro e como uma microbiota intestinal mais saudável poderia reduzir a inflamação e os níveis de estresse.

Implicações: Sugere que a incorporação desses alimentos nas dietas pode ser benéfica para a saúde mental, mas adverte que são necessárias mais pesquisas, especialmente em relação a tipos específicos de alimentos fermentados e seus efeitos únicos.

2. Saúde Cardiovascular

Estudo: “Efeito do leite fermentado probiótico na pressão arterial: uma meta-análise de ensaios clínicos randomizados”(2015, Journal of Hypertension)

Metodologia: Esta meta-análise combinou dados de vários estudos para avaliar o impacto do leite fermentado probiótico na pressão arterial.

Resultados: A análise mostrou uma redução modesta, mas significativa, na pressão arterial entre os participantes que consumiram leite fermentado probiótico em comparação aos grupos de controle.

Alimentos fermentados (imagem via Unsplash/Junseong Lee)
Alimentos fermentados (imagem via Unsplash/Junseong Lee)

Implicações: O estudo sugere que os produtos lácteos fermentados podem fazer parte de uma dieta saudável para o coração, potencialmente auxiliando no controle da pressão arterial.

3. Reações alérgicas e intolerância

Estudo: “Reações adversas a alimentos fermentados: uma análise de relatórios do consumidor”(2019, Food Control)

Metodologia: Esta pesquisa analisou relatos de consumidores e literatura científica sobre reações adversas a esses alimentos.

Resultados: O estudo identificou que, embora esses alimentos sejam geralmente seguros, alguns indivíduos podem apresentar reações alérgicas ou intolerância, principalmente devido às histaminas e a certos subprodutos do processo de fermentação.

Implicações: Ressalta a necessidade de conscientização sobre possíveis reações adversas, especialmente para indivíduos com intolerância à histamina ou alergias alimentares específicas.

4. Obesidade e saúde metabólica

Estudo: “Consumo de alimentos fermentados e risco reduzido de doenças cardiovasculares: um estudo epidemiológico”(2018, American Journal of Clinical Nutrition)

Alimentos fermentados (imagem via Unsplash/Markus)
Alimentos fermentados (imagem via Unsplash/Markus)

Metodologia: Este estudo epidemiológico examinou a relação entre o consumo de alimentos fermentados e a prevalência de doenças cardiovasculares.

Resultados: descobriu-se que o maior consumo desses alimentos estava associado a taxas mais baixas de obesidade e melhores marcadores de saúde metabólica.

Implicações: Isso sugere que esses alimentos podem desempenhar um papel no controle da obesidade e da saúde metabólica, potencialmente por meio de seu impacto na microbiota intestinal.

5. Função imunológica

Estudo: “Alimentos probióticos e fermentados na saúde e na prevenção de doenças”(2017, Nutrition Reviews)

Metodologia: Este estudo revisou a literatura existente sobre o impacto dos probióticos e desses alimentos no sistema imunológico sistema.

Resultados: Concluiu-se que o consumo regular de certos alimentos fermentados aumenta a eficiência do sistema imunológico, em grande parte devido aos efeitos benéficos dos probióticos no intestino saúde.

Alimentos fermentados (imagem via Unsplash/Anshu)
Alimentos fermentados (imagem via Unsplash/Anshu)

Implicações: Isso indica o papel potencial desses alimentos na prevenção de doenças, fortalecendo o sistema imunológico. No entanto, também alerta que os efeitos podem variar de acordo com o tipo de alimento fermentado e as condições de saúde individuais.

Esses estudos destacam coletivamente os benefícios potenciais desses alimentos para a saúde, como melhoria da saúde mental, saúde cardiovascular e função do sistema imunológico, juntamente com com um impacto positivo na obesidade e na saúde metabólica.

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