Uma análise de “Jeongnyeon: The Star Is Born” e a evolução das narrativas femininas na ópera
O cenário da ópera feminina tradicional sofreu um declínio significativo, muitas vezes reduzindo narrativas de independência feminina a mero foco no casamento. Nesse contexto, as histórias de crescimento e sucesso de protagonistas femininas tendem a desaparecer, levando a conclusões insatisfatórias que ignoram seu desenvolvimento.
Final bem-sucedido apesar da controvérsia
O drama de fim de semana da tvN, Jeongnyeon: The Star Is Born , encerrou sua série com uma impressionante audiência máxima de 16,5%. Durante sua exibição, o programa atraiu considerável atenção, graças à sua exploração única da ópera tradicional feminina e às performances poderosas de um elenco talentoso que incluía Kim Tae-ri, Shin Ye-eun, Ra Mi-ran e Jung Eun-chae. A representação vibrante do palco da ópera aumentou o apelo do programa.
Desafios iniciais enfrentados pela produção
No entanto, Jeongnyeon: The Star Is Born teve um começo difícil. Antes da série encontrar seu lar na tvN, a MBC tentou reivindicá-la entrando com uma liminar. Eles alegaram que a produtora havia violado o Unfair Competition Prevention Act, argumentando que sofreram perdas significativas devido à falta de transmissões programadas. No entanto, a equipe de produção refutou essas alegações, afirmando que nenhum acordo formal havia sido feito com a MBC em relação à série.
Escolhas de adaptação controversas
A adaptação também enfrentou escrutínio por alterar elementos queer importantes da narrativa original. Notavelmente, o personagem Buyong, que originalmente tinha uma conexão romântica com Yoon Jeongnyeon, foi omitido. Quando preocupações foram levantadas sobre mudanças feitas para apaziguar espectadores desconfortáveis com representações queer, a equipe de produção defendeu sua decisão afirmando que o extenso conteúdo da obra original tinha que ser condensado em apenas 12 episódios. Eles mencionaram ainda que a essência do personagem de Buyong seria tecida em outro personagem, Jooran, conforme a história progredisse.
Reações mistas às representações dos personagens
As reações dos espectadores a Jeongnyeon também foram polarizadas. Muitos sentiram que seu comportamento intrusivo e egocêntrico prejudicou a narrativa geral, causando frustração entre o público. Essa representação divisiva de uma “protagonista problemática” deixou muitos espectadores em conflito sobre seu envolvimento com a série.
Contenda em torno do final da série
O aspecto mais debatido de Jeongnyeon: The Star Is Born foi seu final. Em forte contraste com a narrativa original, onde os personagens alcançam o sucesso como estrelas da ópera e a Maeran Theater Company prospera, o drama optou por uma conclusão sombria e não resolvida. O epílogo retratou a trupe de ópera se desfazendo, com os membros seguindo caminhos separados como artistas e deixando Jeongnyeon, que se torna o novo príncipe de Maeran, para fechar as cortinas após uma única apresentação.
Essas escolhas narrativas incluíram desenvolvimentos preocupantes, como a decisão do diretor da Maeran Theater Company, Sobok (interpretado por Ra Mi-ran), de vender seu prédio para um bordel para ganho financeiro e a personagem Jooran escolhendo o casamento em vez de sua carreira para sustentar sua família. Essas escolhas minam o tema previamente estabelecido de personagens femininas fortes se libertando das restrições sociais. Na narrativa original, a determinação de Buyong em não se casar representou um afastamento significativo dos papéis femininos tradicionais, ganhando aclamação generalizada. Por outro lado, a adaptação da série viu Jooran e a irmã de Yeongseo abandonando suas carreiras para se casar, evocando uma sensação de desilusão com a representação do empoderamento feminino.
Um olhar crítico sobre a representação histórica e a intenção narrativa
Embora se possa argumentar que esses desenvolvimentos refletem realidades históricas, é essencial lembrar que Jeongnyeon: The Star Is Born é uma obra de ficção. A história original tinha como objetivo fornecer uma narrativa esperançosa que defendesse o crescimento e o empoderamento das mulheres, rompendo conscientemente com as limitações históricas. As mudanças dramáticas na adaptação efetivamente apagaram essa conclusão esperançosa, deixando o público lutando com as realidades mais duras que as mulheres enfrentaram. Isso nos leva a ponderar se esse final sombrio era realmente a intenção por trás da adaptação.
Para uma análise mais aprofundada da série e suas implicações nas narrativas femininas, não deixe de conferir outras discussões e análises.
Fonte: Naver
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